Os negócios on-line são bem-vindos no Brasil. Cada vez mais empresas percebem que a internet é importante para acrescentar as vendas e, em muitos casos, é o principal plano de negócios de uma marca. Dados da e-bit encorajam o investimento já que, para este ano, espera-se um crescimento geral de vendas de cerca de 40%, se comparado a 2009.

Junto ao cenário favorável de se investir em mecanismos digitais rentáveis está a barreira da desconfiança que ainda existe para alguns e-consumidores. Isto está mudando graças a ações dos próprios players com relação à percepção do consumidor com dicas para uma compra segura. Os cliques feitos por 18 milhões de pessoas negociando pela primeira vez na internet em 2009 deram o aval para o acesso das grandes marcas do varejo à internet.

Se os números do ano passado animam, os de 2010 são ainda melhores. Espera-se 23 milhões de consumidores comprando seu primeiro bem de consumo ou serviço usando a internet que, em média, gastarão R$ 380,00, segundo a e-bit. A razão para o otimismo com relação aos negócios on-line nasce com o bom momento da economia nacional e com o aumento do poder de compra da classe C.

Entrega X preço
“Levando-se em conta a sazonalidade e o índice de entrega, o setor que tem feito o melhor trabalho é o de eletroeletrônicos”, aponta Alexandre Umberti, Diretor de Marketing e Produtos da e-bit, em entrevista ao Mundo do Marketing. De acordo com os números da empresa, os clubes de compras despertam o maior interesse em negócios on-line apesar de apresentam média de entrega superior a média geral do e-commerce.

O comum hoje é a entrega em 24 horas. O que difere os clubes de compra, além do extenso prazo de entrega, é o menor preço. “O problema é dizer que entrega e não cumprir. Não adianta estar fora do que o mercado pratica e não conseguir exercer os acordos comerciais”, alerta Umberti. A recente entrada do Carrefour na esfera de negócios on-line mostra que a interpretação incorreta do mercado virtual pode causar uma expectativa maior que a esperada.

“A leitura equivocada da varejista francesa sobre a demanda deste novo canal, nos primeiros dias, teve impacto na entrega. Mas rapidamente foi solucionada e atingiu níveis de excelência. É preciso estar atento ao consumidor, ser fiel a sua estratégia e entender qual é a identidade para dar foco ao negócio”, ensina o Diretor de Marketing da e-bit.

Web X PDV
Se os destaques positivos dos negócios on-line são o crescimento de setores proeminentes de eletrônicos, com a chegada da Copa 2010, e o de camisetas personalizadas, os negativos são as empresas que investiram em vendas de CDs e DVDs, principalmente por causa da pirataria e das cópias oriundas da própria web.

Outro fator que encoraja o investimento em negócios on-line é, primeiramente, a economia com relação a uma loja física. “Esta é a principal diferença. Optamos pela internet porque gastamos 30% do valor de uma loja física bem localizada, sem falar nos espaços em shoppings”, aponta Gustavo Menna, Diretor da marca de moda masculina Brave.

Dos e-consumidores da Brave, 20% deles conheceram a marca por indicação. Este é mais um ponto a favor dos negócios on-line, que já contam com a força das redes sociais e do boca a boca dos internautas. “O nosso diferencial com relação às grandes marcas são os vídeos no site para demonstrar os produtos. Este sistema de e-commerce é pouco disseminado no Brasil”, diz Menna.

Negócios nas redes
Parceira da Brave no ambiente digital, a byMK estudou o comportamento de seus usuários e percebeu que a web é onde as pessoas querem se expressar. “Se as marcas estiverem neste contexto podem entrar nesta conversa e ajudar na auto-expressão dos consumidores”, salienta Flávio Pripas (foto), fundador da rede social voltada para moda, ao Mundo do Marketing.

A byMK aposta em um modelo  de negócio que oferece 100 combinações diferentes para um item de vestuário, masculino ou feminino, pela web. Caso haja o interesse pela compra, a ferramenta informa o endereço do ponto-de-venda. “O principal é se engajar com o seu cliente. Estar onde poderão prestar um serviço de qualidade. Se o segmento for moda, é preciso ajudar quem tem dúvidas sobre como se vestir e não ter apenas uma página bonita na internet”, ensina Pripas.

Apesar do sucesso e do crescente número de adeptos às redes sociais, é possível ganhar mercado na internet investindo em sites corporativos. “Não recomendo entrar nas redes sociais sem uma estratégia clara do que fazer. Ao entrar neste ambiente é preciso ter consistência porque a empresa será comentada. Felizmente, as companhias estão deixando de digitalizar o catálogo para ter uma presença mais madura na web”, completa Pripas.



Thursday, April 1, 2010

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